A eleição conturbada de Cavour Rochandrade Maciel

Foto cedida por Eliza Muniz

No dia 3 de outubro de 1955, Cavour enfrenta Aquino Mendes nas urnas e saiu vitorioso, mas não pôde logo assumir. E na instalação da Câmara Municipal para o quadriênio 1956/1960, contou com os seguintes vereadores eleitos:José Lemos da Costa ( Zé Serejo), José de Sá Leite ( Zezico), Antônio Mendes, Faustino Aires, Conceição Lobato (curandeiro), Cosmo Dequeixes, Vitorino Campos, Adney Maciel ( filho de Cavour) e Osiel Matos.E para os trabalhos da mesa diretora foi indicado por seus pares o vereador José Lemos da Costa e, devido  aos conflitos existentes entre essas duas correntes políticas, o Presidente da Câmara recém empossado, renunciou ao posto, assumindo em seu lugar o vice Antônio Mendes que, diante da vacância, do cargo de prefeito, assumiu as rédeas da administração municipal durante o ano de 1956 e parte de 1957, período correspondente à tramitação e julgamento do recurso impetrado junto ao TRE por seu adversário no pleito de 3.10.55, Aquino Mendes, alegando fraude na 12ª seção do povoado Santo Antônio que após uma revisão da Justiça eleitoral em 16.10.56, houve fraude escancarado , apelando, ainda, para a anulação de outras seções que após julgado em transitado pela justiça, Cavour venceu com uma diferença de 140 votos.E quando chegou a ordem do Presidente do Tribunal Eleitoral ao Juiz de Direito da Comarca Nirond Jansen Pereira para dar posse ao prefeito eleito aconteceu que o Sr. Antonio Mendes, estrategicamente sumiu da cidade com a chave e os livros da Prefeitura; pressionado pelos opositores, o Juiz de Direito Nirond Jansen Pereira, dificultava as negociações obedecendo às orientações vitorinistas, alegando que não poderia dar posse ao novo mandatário, sem a presença do desaparecido prefeito em exercício Antônio Mendes.

Caligrafia de Cavour afixada na capela de cemitério a uma comadre e amiga falecida em Penalva. Foto cedida por Elisa Muniz

Entretanto, nessa época chegam a Penalva os Deputados José Sarney e José Mário de Araújo que, hospedados na casa de Cavour e permaneceram na cidade durante uma semana à espera da decisão Judicial.O Dr. Nirond Jansen Pereira continuava irredutível na questão de dar posse ao Cavour, mas se o tribunal autorizasse o arrombamento da Prefeitura mediante a vinda de reforço policial, seria mais seguro.Foi solicitado o reforço policial, aumentando, assim, o clima de tensão e o nervosismo generalizado que tomou de conta da cidade que ficou sob a custódia de um enorme aparato policial.O Presidente do TRE , que era pai do então deputado José Sarney, autorizou por fim, o arrombamento da prefeitura com descarga barulhenta de fuzis no portão de entrada reverberando em toda cidade, pelo Capitão Bartolomeu e seus comandados, também já com aceitação do Dr. Nirond Jansen Pereira que, em seguida deu posse ao novo Prefeito Cavour Rochandrade.Ao assumir, o primeiro ato de Rochandrade foi nomear uma comissão para levantar os bens encontrados na prefeitura.Cavour Maciel tem o seu nome dado a uma rua aqui em Penalva merecidamente. Foi um homem santo, e ainda dividia o que tinha com os pobres, peregrinando por toda cidade, levando remédios, aplicando injeção aos pobres que precisavam. Morava onde hoje em dia é a casa paroquial.

Nesso local hoje é o Hotel São José construído muito depois da mudança da Igreja para outro local.

Para o seu tempo, foi um bom prefeito, interessado em resolver os problemas da cidade, com poucos recursos, pedia constantemente verbas federais para realizar importantes obras para Penalva naquele momento, como a abertura de um canal no Tramaúba e a construção de uma barragem no Araçatuba entre Penalva e Viana, além de outras tão sonhadas realizações.
” Foi o homem mais honesto e humanitário que encontrei até hoje” citou Bento Mendes em seu livro famoso ” Terra Batida ‘.

Vereadora Luana da Colônia Z-23 se destaca em popularidade na cidade de Penalva-MA


A história política de Penalva , não foi feita somente por pessoas que nasceram nesta cidade, mas também, por muitos que ganharam simpatia popular e que tiveram comprometimento com o povo baixadeiro e deixaram seus legados como legítimos filhos de Penalva. Alguns prefeitos eleitos pelo povo que não nasceram em Penalva: Roberto Mendes(1993-1996); Cavour Maciel (1956-1960); Zé Gonçalves (1973-1976); Zé Gonçalves (1983-1988);  Vale ressaltar que, teve também, vereadores eleitos pelo povo que também não nasceram neste lugar, como: Zé Gonçalves( foi vereador e presidente da Câmara em 1972),  Zé Maia, Tomaz de Aquino, Doroteu Ricardo Viegas, Edgerson Brito, Mairi Gonçalves, Abimael Lopes, Natália Rodrigues, Silvano Sousa, Zé Gonçalves, Samuel Veloso, Natália Rodrigues, Pierre Teixeira ( veio na sua infância para Penalva) , além de outros. Chamá-los de forasteiros, paraquedistas, seria externar ódio, usar termos pejorativos, preconceituosos, que não cabem mais em nosso contexto social; basta  percorrermos aos anais da história política do Maranhão, lembraremos do paraibano Epitácio Cafeteira que adotou São Luís, foi prefeito, governador e ajudou muito o Maranhão a crescer.

Citaremos, também, o cearense Jackson Lago, o qual foi também prefeito de São Luís e governador, além de outros que deram sua parcela de contribuição em favor do nosso Estado. E, no mais, mencionaremos José Sarney, filho dos campos inundáveis da Baixada Maranhense, muito influente, foi político no Maranhão, Macapá, chegando a ser presidente da República, dada a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985, do qual foi vice. Portanto, nenhuma pessoa tem o poder de escolher a cidade onde vai nascer, crescer, constituir família, trabalhar ou ser alguma autoridade. E somente Deus, poderá traçar nossos desígnios e missões para que cumpramos aqui na terra. Não depende literalmente de nós. Zé Gonçalves natural de São Luís, chegou em Penalva para ser gerente da agência de exportação de babaçu do Bento Mendes a convite do seu amigo Jorge Mendes( filho de Bento) e depois  da exportadora (Oleama), a qual funcionava no prédio hoje pertencente a Gerval Gonçalves no centro de Penalva. Amou a cidade, pelo seu trabalho e dedicação para com a nossa cidade, logo ganhou um bom círculo de seguidores e categoricamente enveredou pela política. Foi vereador e prefeito por dois mandatos. Foi o melhor até à sua época. Com grande prestígio com o governador Nunes Freire, trouxe inúmeras obras de valia para Penalva, como Hospital Jesus de Nazaré, Caema, deu início ao calçamento de ruas, etc.

Luana Alves de Morais, mais conhecida como Luana da colônia, nasceu no dia 03/01/86, é formada em administração, mulher destemida e vencedora.

Em 2018 de rápido destino, foi presidir interinamente a Colônia de Pescadores Z-23 em Penalva, até que fosse realizada uma eleição porque a colônia estava com algumas  irregularidades no corpo administrativo. Ela Trabalhou arduamente, conseguiu reestruturar a parte burocrática da entidade, teve apreço popular, carismática, candidatou-se já por duas vezes, chapa única, tendo na última eleição conseguido 1.257 votos válidos dos pescadores e pescadoras. E por reconhecimento de seus serviços prestados recebeu o título de cidadã penalvense em 2019, outorgado pela Câmara Municipal. Em 2020, motivada por amigos, partiu para uma candidatura a vereadora e surpreendeu a classe política com 900 votos, tendo sido a mais votada. Já na eleição para deputado, em 2022 conseguiu os seguintes números: deputado federal Wolmer Araújo -1.289 votos e estadual Edson Araújo -1.019 votos.

Esses números mostram que seu eleitorado só vem crescendo a cada eleição.Voltada ao social, realiza o Sopão da Luana, em diversas localidades do município, bem como suas inúmeras ações solidárias, como pelo natal, páscoa, dia das mães.  E outras ações humanitárias que ela faz em favor de pessoas que visitam sua casa, sempre carinhosamente recebendo a todos independente da sigla partidária.Hoje, ela desfruta de uma admiração e um prestígio invejável junto à comunidade penalvense.É pré-candidata (reeleição) ao Legislativo penalvense.

Reminiscências Juninas

Boi Brlho de  Penalva 2024

A manifestação de cunho popular que mais me fascina e encanta, indubitavelmente é a festa de São João. E nem mesmo o contagiante carnaval com a sua luxúria na passarela, não compatibilizo com o riquíssimo trabalho bordado no lombo de um boi, como imagem de Santo, estrela, flor, em formas diversificadas, constituindo-se em uma autêntica obra de arte e beleza; isso, porém, sem deixar a par, os cantadores expressando as suas toadas ao som das matracas trabalhadas no repente de suas inspirações; os tambores rústicos cobertos com pele de cobras; os cazumbás (no Maranhão e mais  usado cazumbas sem o acento) e suas caretas de formas animalescas ou de pura imaginação do artesão ; os vaqueiros e seus gingados engraçados na roda do boi.Ademais, o folguedo em seu universo representativo.

Tenho saudades da minha Penalva, de quando eu me levantava pelas madrugadas mui empolgado, para ver um boi brincando em meio a explosão de bombas, cheiro de tangerina e muita cachaça jatobá. Lembro-me das noites enluaradas e quanto romantismo, naquelas noitadas enluaradas, vendo uma quadrilha passando na minha rua, animadas por foguetes e cantorias queixosas a São João, dada à ausência de um amor que naquelas alturas não aparecera.” Meu São João eu não, meu São eu não eu tenho alegria, só porque não vem, só porque não vem quem tanto eu  queria”. Era mágico um balão enorme subindo como promessa de algum devoto. E, tantas fogueiras nas ruas, tradicionalmente no dia do santo festejado, em uma festa por excelência repleta de sincretismo religioso. E, assim, à noite passara depressa.Pela manhã, sol lindo, céu azul, lua pálida no firmamento, o boi partira para outro local, ficando alguns participantes dormindo pelas calçadas, ora de sono, ora mesmo de embriaguez.No areial frio e umedecido pelo orvalho, cintilavam miçangas e canutilhos que, eu catava-os, para bordar o lombo do meu boizinho imaginário.

Aí, então, era o fim do São João, sem mais tabuleiros contendo laranjas e doces, sem banca de caipira, senão resquícios pelo chão e na minha memória. No arvoredo da minha casa os bem-te-vis em delírio cantavam, enquanto a minha mãe varria o quintal e eu idealizava as minhas ilusões em uma manhã impregnadas de essências e dos sonhos pueris. Lindas manhãs da minha vida já se foram, deixando muita saudade.

A festa do Bumba Meu Boi do Maranhão, é muito amada pelo povo e muito envolvente.E, mesmo com sotaques diferentes, não perde a sua identidade de ser a maior festa popular do estado: Matraca, Zabumba,Orquestra, Baixada e Costa-de-Mão. O sotaque da baixada, traz singularidades estéticas nas vestimentas e nos instrumentos utilizados por seus brincantes.Matracas, tambores,etc. As vestes são padronizadas, com delicada costura cheias de brilho e notável singeleza,somam-se aos chapéus de penas cujo tamanho reflete a imponência de um legado histórico. Contudo, o nosso sotaque tem suas peculiaridades: a forma dos timbres sonoros é heterogênea, devido ao trato com os instrumento, por vezes fabricados artesanalmente com pele de animais e aquecidos ao redor de fogueiras, uma espécie de afinação, até chegar na sonoridade almejada.

Contudo, o bumba boi do Maranhão, é uma festa que,durante o mês de junho, muda a vida dos maranhenses, encanta turistas, fazendo jus ao ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Viva São João!

O meu mestre João Fonseca

Quando ainda jovem, nos idos dos anos 70, estudante do Ginásio Celso Magalhães,em Penalva, o meu pai conversou com o então ourives, o Sr. João Amado Nunes Fonseca, para me ensinar o ofício de ourives/relojoeiro. E, aos poucos, fui aprendendo a manusear os laminadores, as ferramentas da oficina,como soldar, consertar relógios, fazer joias, etc. O meu mestre, João Fonseca, além de ourives, foi vereador em quatro legislaturas, também tendo sido vice-prefeito no segundo mandato do ex-prefeito José Duarte Gonçalves (1983-1988). Lembro-me que, quando em vida, ele tinha como tradição, soltar balão no dia 24 de junho de cada ano, em frente à sua residência. Confira em vídeo publicado neste blog.

Na oficina , porém, fui um discípulo assíduo, mas, não pude concluir o aprendizado, em razão de anos depois, eu ter que partir para São Luís com o objetivo de estudar e trabalhar. Lembro-me das muitas vezes em que derretíamos ouro, o qual ficava tão resplandescente e de uma beleza incomum.Feito isso, o mesmo era colocado na água para esfriar e ser prensado no laminador com o objetivo de ficar maleável ou dúctil, conforme o desejado.

Eu tinha muita curiosidade pelos relógios de algibeira e de parede, pois seus maquinários eram mecânicos e manuais que precisavam de darmos corda todos os dias para girar suas engrenagens.Todavia, esses relógios tinham várias marcas famosas,como: Seiko 5, Cartier, Rolex, Mondaine ,Oriente, Ômega, Lanco, Omodox, Mido, além de outras marcas. A história da Oficina,começou com o Sr. Raimundo Pascoal Fonseca(Mundoca Ourives, pai de Joao Fonseca), na Praça de São Benedito. Era uma casa grande,hoje um terreno vazio em frente ao Posto de Gasolina, tendo como ourives,João Fonseca, Elziney Fonseca, Tanzan, Zeilson, Carlos Leão, Haroldo Cunha, Joca Cunha e outros. O meu pai, Arnaldo Cunha, também aprendeu o ofício e morava na casa das Mendonça, suas tias legítimas no Catumbi. E muitos Netos e bisnetos dos Fonseca, seguiram essa profissão. O Mundoca, era Esotérico, muito conhecido na circunvizinhança de Penalva. Foi um exímio ourives.Ele fazia reuniões espíritas com Edilson Couto, Justo, além de outros que eram filiados no “Círculo Esotérico de São Paulo da Comunhão do Pensamento das Ciências Ocultas.” dizia ele me mostrando seus livros, tendo até uma bola de cristal para realização de seus trabalhos secretos e era vidente.

Depois de muitos anos, eles mudaram a oficina para a casa de Joao Fonseca na rua Celso magalhaes e, muito tempo depois, com a morte de do Sr. João Fonseca em 14.08.98, Elziney passou a comandar a oficina até 03.07.2017, quando veio a falecer. Ele era brincalhão, foi um entusiasta componente do bloco Magníficos, fervoroso torcedor do Flamengo e amante de uma boa seresta.

Hoje, a oficina é representada  com dedicação, por Elziney Serra Fonseca Júnior (Júnior de Elziney), mantendo a tradição dos Foncesa ( ouvires),  na Rua Dr.Djalma Marques, fazendo joias, consertando relógios, fazendo cópias de chaves, venda de relógios, armação de óculos e muitos outros serviços da sua profissão. Fone para contato: (98) 985093871

A história de Luana Alves de Morais (Luana da Colônia)

A história de vida de Luana, foi marcada por muitas dificuldades e desafios. Nasceu em Uruçuí no Piauí, em 03.01.86, cidade essa que faz divisa com São Domingos do Azeitão, a mais próxima que dispunha de recursos para que sua mãe pudesse lhe dar a luz, já que nessa época, sua cidade não tinha um hospital. Filha de lavradores, Raimundo Pinto de Morais e Rita Martins de Morais, filha caçula de uma prole de 12 irmãos, todos ainda vivos. Aprendeu as primeiras letras em sua terra natal até aos dezessete anos, quando partiu para São Luis em busca de melhores oportunidades, como,estudar e trabalhar.Estudou em escola pública até completar o ensino médio.Ingressou na Faculdade em 2006, onde formou-se em  administração em 2009. Continue lendo

Da Voz São José para o rádio

 

Quando em Penalva ainda não contávamos com uma estação de rádio e nem com carros de som permanentes, no final da década  anos 8O, iniciei o serviço de alto-falante, cujo nome fiz uma homenagem ao padroeiro da cidade: “Voz São José”. Eram 4 projetores potentes. E o estúdio ficava na casa dos meus pais na rua Dr.Djalma Marques, 417, com entretenimento, muita música, show de calouros, entrevistas e informações. Era tudo gratuito, feito com carinho. E desse tempo como registro, ficaram somente a história oral, avisos, feitos ainda em máquina de datilografia. Um deles foi o pedido do amigo secretário de administração na gestão da prefeita Derze Barros, o Antonio Barros, para que divulgasse notas de interesse local; outro, porém, foi um ofício de Nº. 3O/94 assinado pela então Juíza da nossa comarca, a Exma. Dra.Ermília dos Reis Ribeiro, em 22.08.1994, quando a mesma solicitou que eu divulgasse avisos importantes para a população.

Com o passar do tempo se aproximava a eleição, o penalvense Stélio Gama foi candidato a vereador, pediu que eu fizesse uma entrevista com ele, para esclarecer dúvidas aos ouvintes que estavam prestes a se aposentarem por contribuição, tempo de serviço, sindicato, etc, já que, até então, ele era funcionário do INSS licenciado. Pois bem, a entrevista segue, bom papo, lá chegou um oficial de Justiça, a mando do juiz Dr.José Gonçalo de Souza Filho, dizendo que, aquela entrevista, subtendia à uma propaganda política, embora não tivéssemos fugido uma só pergunta ou resposta que não fosse sobre o que fora anunciado. Mas, em obediência ao “Juiz”, encerramos a entrevista. Deu vontade de parar às nossas atividades, mas depois soube que foi uma denúncia anônima quando tive que me apresentar ao gabinete do Juiz Eleitoral. O fórum nesse tempo, funcionava onde é o prédio da câmara de vereadores.

Entretanto, Nos anos 96, chega a rádio Tarumã-FM, tendo como diretor Carlos Alberto de Sá Barros (Cabé), a convite do Dr.Lourival Gama para ser o diretor. Ele logo foi me visitar durante a programação, só lembro que ele colocava a mão em um dos lados dos ouvidos e pude perceber uma certa inquietação, enquanto eu não baixasse o volume do som do amplificador, mas disse que precisava falar comigo que eu o procurasse em sua residência.Fui ao local combinado e recebi o convite, para ser locutor de uma rádio que seria instalada em Penalva, mas eu teria que fazer um teste por meio da leitura de uma matéria do Jornal ” O Estado do MA”. E então fiz a leitura gravada para ser aprovado ou não, pois, não tive dificuldades, já que sabia usar o microfone, manter a respiração controlada, impostação de voz, palavras bem pronunciadas, certo que passei no teste. O texto, continha algumas palavras que precisavam de leves pausas para a boa compreensão do texto e não serem lidas de um só fôlego. Cabé era rigoroso, mania de perfeccionista e, não foi por acaso, que foi antes diretor da Rádio Educadora de São Luís-MA e, também, Rádio Universidade. Todavia, com os preparativos para a inauguração da emissora, tive que me afastar do Serviço de Alto-Falante.

A Rádio Tarumã-FM, inaugurou em 28.09.1996, na Ponta do Abelin, no Bairro São Pedro, nas proximidades das margens do Lago Cajari. Logo bem cedo, com uma espécie de mesa-redonda apresentada por Cabé, com membros do Clube de Mães Nossa Senhora da Conceição, Associação essa, atrelada à emissora, com Dona Clara Arouche, Maria Joaquina, Dr.Carlos Gama, Geane Gama e Padre Cordeiro. Nessa coletiva, foram discutidas políticas públicas que pudessem melhorar a nossa cidade em diversos setores da sociedade. O Pe. Cordeiro, como sempre, se sobressaiu na oratória e com boas ideias. Nada foi gravado, até porque não tínhamos recursos para isso. Os primeiros locutores fundadores, foram: James Cunha, Júlia Grabriela, Francisco Silva de Oliveira, Nilde Nabate e Marly Bahia. No dia seguinte, começava a programação diária. Eu apresentando o primeiro programa da Rádio, com o “Acorda Penalva” das 5h às 8h da manhã. E à tarde apresentava o “Canto Brasileiro”. Depois de um certo tempo, apresentei somente o Show da Manhã, sempre com excelente aceitação popular. Ainda tínhamos a programação das Igrejas. O Dr.Raimundo Balby foi convidado para apresentar “A música e os Músicos do Maranhão”, com muito sucesso, tendo na sonoplastia o Adelino Silva. Hoje, portanto, estamos diante da tecnologia visual (som e vídeo), livros físicos dividindo espaços com as publicações e leituras digitais, e-books, Podcast , inteligência artificial, tudo isso e muito mais viralizando com muita rapidez e, assim segue esse paradigma que não para mais, com seus benefícios e malefícios em nosso dia a dia, cabendo a cada um filtrar seus conteúdos com sabedoria aproveitando o que há de bom e deletar o prejudicial.O tempo não espera, passa!

“Ser ou não ser, eis a questão”


Muitos moradores que fixaram moradias inicialmente em Penalva não nasceram aqui, mas que vieram para cá atraídos pelo solo fértil e à procura de riquezas naturais, a exemplo dos nossos colonizadores portugueses.Os padres Jesuitas pertencentes à Companhia de Jesus estiveram na região a partir do século XVlll, inicialmente no São Brás até chegarem na boca do lago onde teve início a Vila de Penalva.

Vamos citar alguns fatos relacionados à história política de Penalva: O Cavour Rochandrade Maciel, nasceu em São Luiz Gonzaga no dia 30 de março de 1884, aportou em Penalva na sua mocidade como telegrafista e chefe da Agência Telegráfica. Na época ficava localizada onde hoje pertence a Colônia de Pescadores Z–23. Foi prefeito, homem caridoso a ponta de sair de casa  durante o dia para ajudar aos mais  necessitados; outras vezes, saía  à noite com uma lamparina a querosene conduzindo remédios  básicos em seus bolsos e aplicando injeção a quem precisava realizando sozinho uma grande obra  filantrópica.Era o único farmacêutico da cidade.Foi um homem pobre e o dinheiro que recebia de sua aposentadoria dividia com os mais desamparados; foi um homem santo, exemplar chefe de família. O José Luis Marques foi um exímio farmacêutico, prefeito de Penalva, teve essa mesma empatia para com o nosso povo, filho do médico penalvense Dr. Djalma Marques, nome esse que exalta Penalva no Maranhão por ter seu nome dado ao maior e melhor hospital público do nosso estado ( Socorrão). .Roberto Mendes, apesar de não ter nascido aqui, é filho do empresário penalvense Jorge Mendes e neto do Bento  Mendes, porém, tem raízes profundas no solo penalvense.José Duarte Gonçalves, natural de São Luís, foi prefeito por duas vezes e durante o seu governo a cidade teve relevante progresso.Trouxe o Hospital Jesus de Nazaré, Caema, fez o calçamento das principais ruas do centro da cidade e conseguiu muitas nomeações para diversas professoras junto ao então governador do Estado Nunes Freire, do qual usufruia de grande amizade, além de outras conquistas para Penalva de muita valia.

A história política de Penalva, não foi feita somente por pessoas que nasceram nesta cidade, mas, também, por muitos que caíram na simpatia popular e deixaram seus legados como legítimos filhos de Penalva. Alguns prefeitos eleitos pelo povo que não nasceram em Penalva: Roberto Mendes(1993-1996); Cavour Maciel (1956-1960); Zé Gonçalves (1973-1976); Zé Gonçalves (1983-1988); Vale ressaltar que, teve também, vereadores eleitos pelo povo que não nasceram aqui, como: José Gonçalves, Zé Maia, Tomaz de Aquino, Doroteu Ricardo Viegas, Edgerson Brito, Mairi Gonçalves, Abimael Lopes, Natália Rodrigues, Silvano Sousa, Samuel Veloso, Natália Rodrigues, Pierre Teixeira ( veio muito jovem para Penalva), Luara Roberta, além de outros. Luana da Colônia atual vereadora vem fazendo a diferença, voltada para o social, foi a mais votada na última eleição com 900 votos.Conseguiu para o deputado Federal Wolmer Araújo, 1289 votos e foi reeleita em 2024, tendo sido a mais votada em duas eleições consecutivas para vereadora.É a  atual presidente da Câmara Municipal de Penalva,   pessoa de notável popularidade e de um prestígio invejável junto à população penalvense.

” Eleição  a gente ganha, depois da contagem dos votos” sempre diz Luana desprovida de qualquer vaidade. Etretanto, chamá-los de forasteiros, paraquedistas, seria externar ódio, usar termos pejorativos preconceituosos, que não cabem mais em nosso contexto social.E basta percorrermos aos anais da história política do Maranhão, lembraremos do paraibano Epitácio Cafeteira que adotou São Luís, foi prefeito, governador e ajudou muito o nosso Estado a crescer.0 cearense Jackson Lago foi prefeito de São Luís e governador. José Sarney foi político no Maranhão, Macapá e chegou até à presidência do Brasil.Alguém os chamaram de forasteiros? Não!

O Luiz Henrique Alves Guerra, conhecido como “Guerra”, natural de Recife (PE), mas há bastante tempo radicado no Maranhão, homem de visão futurista, inteligente, sabe administrar, há mais de 7 anos ao lado do ex-prefeito Ronildo Campos somou nos bastidores com suas experiências unindo o útil ao agradável.E colocou o seu nome a  prefeito de Penalva nas eleições de 2024, foi eleito  com  grande aceitação do povo penalvense.E hoje, vem realizando um trabalho extraordinário, contrariando seus adversários políticos que vem torcendo em desfavor de Penalva e das obras realizadas no município” Vou continuar trabalhando com a mesma disposição e coragem por uma Penalva cada vez melhor” disse Guerra.

Ademais, poderemos citar também exímios sacerdotes da história religiosa do nosso passado, como os padres Batista e Cordeiro, os quais não nasceram aqui, mas evangelizaram como verdadeiros desbravadores fomentando a fé do nosso povo. Temos atuais pastores evangélicos que não nasceram também aqui; já no ramo empresarial, temos o Borel, natural de Matinha, escolheu Penalva para montar seu negócio ( farmácia ) e morar.O empresário José de Ribamar Teles Garros, natural de Vitória do Mearim, hoje administra a maior estrutura farmacêutica do município e emprega pessoas de Penalva. A recém inaugurada Mais Farma, cujo proprietário é de Miranda do Norte, O Sacolão Pague Menos (paraibano) , tanto emprega quanto ajuda a girar a nossa aconomia. O Bebeco, natural de Viana, também encontra-se estabelecido aqui,  ainda de Viana, o R B Lima de Heriivelton Lima, o Lojão Top 20 do paraibano Sebastião ( Bastião),Real Varieades, de Zé Calado da Paraíba, donos de dezenas de óticas e consultórios odontológicos apostaram em nossa economia e estão inovando com seus serviços oferecidos à nossa população; o senhor  Marcelo, natural de Arapiraca, Alagoas, investiu aqui no ramo imobiliário comprando uma boa área na entrada da cidade e encontra-se loteando  terrenos no RESIDENCIAL PORTAL  DE PENALVA, já em fase bem adiantada na estruturação, área ventilada, local de boas águas subterrâneas para escavação de poços artesianos e, ainda oferecendo lotes, cujas parcelas cabem em suas economias a partir de R$ 299,00 ligue: ( 82) 996274407 e garanta seu terreno; proprietários de muitas lojas como o Paraiba, Casas Sampaio, Eletrolar, Nordestina, Eletromóveis Jesus, Magazine Vianense, Loja Manáh, A Credicampos Móveis, A Retifica de propriedade de Léo  oriundo de São Luís,  todas de empresários de outros lugares, mas que,  também, estão gerando empregos para os penalvenses; o locutor Diassis, chegou aqui trabalhando num circo, tive o prazer de entrevistá-lo na Rádio Tarumã-FM, acabou gostando da cidade e ficou permanecendo até hoje como o locutor de carro automotivo preferido da classe empresarial para fazer seus anúncios, e de festas, utilidade pública, etc. Portanto, a globalização e as nossas Leis, não impedem ninguém do direito de ir e vir, montar negócios ou candidatar-se em qualquer estado brasileiro, uma vez em dia com as suas obrigações eleitorais. Os concursos públicos, dão direito a qualquer pessoa de se inscrever e morar em qualquer parte do pais. E temos muitos eleitores que não nasceram em Penalva, mas que votam na 45ª Zona Eleitoral, pessoas de outros lugares que aqui fizeram concursos, passaram e que estão aqui convivendo conosco. Portanto, nascer aqui ou não, tanto faz.Pois, penalvense  é quem mora aqui  e pai é o que cria e filho é o que ama, cuida e honra. Continue lendo